quarta-feira, 31 de março de 2010

"Mais uma cerca do Latinfundio é rompida em Minas Gerais"



*Nota divulgada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) - Zona Da Mata, MG

Nós, trabalhadores e trabalhadoras rurais do MST - Zona da Mata, anunciamos que nessa madrugada rompemos a cerca do latifúndio “antiga fazenda Fortaleza de Sant’Anna”, localizada em Goianá. Munidos de laudo do INCRA, que declara a fazenda como improdutiva, ou seja, não cumpridora de sua função social, contamos com a solidariedade de todo o povo mineiro.


Nossa proposta de Projeto Popular para o campo tem como desafios eliminar a pobreza no meio rural, combater a desigualdade social e a degradação da natureza, garantir a soberania alimentar com alimentos saudáveis, preservar a biodiversidade animal, vegetal e cultural em todos os territórios, garantindo a participação igualitária das mulheres e dos homens.

A ocupação desse latifúndio abre nossa jornada de lutas em MG. Esperamos que todos os Lutadores e Lutadoras do Povo contribuam divulgando o ato e cobrando das autoridades a imediata desapropriação das terras improdutivas da “antiga fazenda Fortaleza de Sant’Anna”.

Somos 50 famílias de camponeses sem terra dessa região do estado de Minas, aliados com diversos setores da sociedade que, assim como nós, acreditam que a reforma agrária é uma Luta de todos.

A ousadia dos trabalhadores(as) organizados(as) pelo MST, em romper a cerca dessa fazenda é impulsionada pela história de trabalho escravo e de degradação dos recursos naturais. Somente os camponeses serão capazes de serem guardiões da natureza e da cultura desse território.

Brigada Manuel Marulanda - Zona da Mata MG
Acampamento Denis Gonçalves,
Goianá, 25 de março de 2010.


A Reforma Agrária é uma luta de todos!


Um pouco do histórico da área ocupada...
A antiga "Fazenda Fortaleza de Sant´Ana", hoje acampamento Denis Gonçalves, com seus quase 4.400 ha de terras improdutivas, foi marcada historicamente pela exploração de suas terras e a escravidão na região dos "Barões do Café". Fazenda que acumulou e concentrou muita riqueza, e deixou muita pobreza na região. Trabalhadores abandonados a merce de suas próprias sorte, depois de dedicação de mais de 50 anos aos donos, aos "patrões" . Fazenda abandonada, à espera da especulação imobiliária da região. Vizinha de outras grandes fazendas que já fizeram parte da mídia brasileira, como a propriedade do Castelo do "Capitão e deputado Edmar Moreira", esta também tem em suas veias a marca do trabalho escravo, a marca da exploração dos homens e das mulheres que ali trabalharam e ali morreram, sem terem direito a um palmo de terra além dos 7 palmos de suas covas. Tem também as marcas da arrogancia, da punjancia do latifundio que prefere
o dinheiro à vida. Trás a marca da degradação ambiental, da usurpação dos recursos naturais expropriados até sua última gota.

No coração da Zona da Mata de Minas Gerais, esse grande latifundio improdutivo, um dos maiores da região, foi ocupado por 70 trabalhadores e trabalhadoras, na madrugada do dia 25 de março de 2010, dando início a jornada de lutas em MG. Esse acampamento marca uma nova etapa na luta de classes da região.

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