domingo, 11 de abril de 2010

experiencia em comunidade, partilha e fé...

RAP da Silva

Todo mundo devia nessa história se ligar
por que tem muito amigo que vai pro baile dançar,
Esqueçer os atritos, deixar a briga pra lá
E entender o sentido quando o dj detonar

(Solta o rap Dj)

(Refrão)
Era só mais um silva que a estrela não brilha
Ele era funkeiro mais era pai de família (2x)

Era um domingo de sol, ele saiu de manhã
Para jogar seu futebol, deu uma rosa para a irmã
deu um beijo nas crianças prometeu não demora
Falou para sua esposa que ia vim pra almoçar

Mais era só mais um silva que a estrela não brilha
ele era Funkeiro mas era pai de família (2x)

Era trabalhador, pegava o trem lotado
Tinha boa vizinhança, era considerado
Todo mundo dizia que era um cara maneiro
Outros o criticavam porque ele era funkeiro

O funk não é motivo, é uma necessidade
É pra calar os gemidos que existem nessa cidade
Todo mundo devia nessa historia se ligar
Porque tem muito amigo que vem pro baile dança
esquecer os atritos, deixar a briga pra lá
E entender o sentido quando conseguiu detonar

(Refrão)

E era só mais um silva que a estrela não brilha
ele era funkeiro, mas era pai de família (2x)

E anoitecia, ele se preparava, para curtir o seu
baile, que em suas veias rolava, foi com a melhor
camisa, tênis que comprou soado, e bem antes da hora
ele já estava arrumado, se reuniu com a galera, pegou
o bonde lotado, os seus olhos brilhavam, ele estava animado,
Sua alegria era tanto, ao ver que tinha chegado, foi
o primeiro a descer, e por alguns foi saldado
mas naquela, triste esquina, um sujeito apareceu
com a cara amarrada, sua mão estava um breu,
carregava um ferro em uma de suas, mãos
apertou o gatilho sem dar qualquer explicação
e o pobre do nosso amigo, que foi pro baile
curtir, hoje com sua família, ele não irá
dormir!

Porque era só mais um silva que a estrela não brilha
Ele era funkeiro mais era pai de família (2x)

Mas naquela, triste esquina, um sujeito apareceu
com a cara amarrada, sua mão estava um breu,
carregava um ferro em uma de suas, mãos
apertou o gatilho sem dar qualquer explicação
e o pobre do nosso amigo, que foi pro baile
curtir, hoje com sua família, ele não irá
dormir!
Porque era só mais um silva que a estrela não brilha
Ele era funkeiro mais era pai de família (5x)


Experiencia em comunidade, partilha e fé

Hoje tivemos a primeira reunião do grupo de jovens no bairro , estou aqui entre mil pensamentos, dentre eles, o de como foi essa experiência que tivemos hoje...
Quando preparamos a reunião sabíamos que os desafios viriam, e que trabalhariamos com jovens que convivem com a sua marginalização, mas o que eu só pensava, hoje senti muito forte.
decidimos passar nas casas pra chamar para a reunião , e pela rua Sao Pedro afora, fomos convidando quase todos os jovens que viamos, recuamos a nos deparar com cerca de quatro jovens drogados numa esquina, ficamos com medo de não saber como trabalhar com eles, e realmente não sabemos, me senti extremamente impotente e percebi como sou distante a tudo isso que causa a morte da juventude...
fomos subindo e conseguimos que quatro garotas participassem conosco do grupo, enquanto iamos descendo para a escola, onde acontece a reuniao,uma delas começou a perguntar:
mas e ai como é esse grupo? não tem patricinha né?tem gente rica? é só gente branca?
minha amiga e eu, brancas e meio loiras, nos sentimos desconcertadas, sem saber muito o que dizer,mas eu sentia o porque dessas perguntas, via o sentimento de dor causado por se sentirem inferiores, por serem colocadas assim, era uma tentativa de se reconhecerem, se há esse fechamento, é porque sofrem.
conversamos e tentamos passar como somos jovens também, e até que as conversas rolaram, mas quando não era o receio da diferença de cor e vivencia, era o medo de nos ofender, era como se nós por sermos um grupo da igreja fossemos bons e perfeitos e elas pecadoras, tinham medo até de falar sobre as festas e o que gostavam de fazer.Fomos buscando quebrar esse abismo inventado nao por elas, mas que nos separava...
Durante a reunião algumas coisas não sairam como planejamos na metodologia, como no caso da música, que escolhemos o "rap da silva" lemos a letra, foi uma boa escolha, todos a sabiam, mas não quizeram cantar, criamos debates em cima da musica, falamos sobre trabalho e como nos projetamos nisso, duas meninas querem ser pediatras, uma quer ser advogada e uma nao sabe o que quer ainda, o que é bem comum, ainda mais pelos 12 anos de idade.
doze anos que guardam muitas experiencias,das quais percebemos pelos comentarios paralelos entre elas...
meu professor willer disse uma vez em aula, que há coisas que nos são vedadas, quando chegamos a um lugar que não conhecemos, somos tratados como estrangeiros e nem tudo nos é falado, se fala o que acha que deve ser falado e não o que é. E as meninas me comprovaram isso hoje, nosso debate passou até pela questao das drogas e percebemos que algumas delas já usam, e essa moçinha de doze anos é a que mais está envolvida. Não sabia como reagir, mas minha atitude foram tentativas de acolher, mesmo que não saiba como a melhor forma de fazer isso,não me acho no direito de julgar e espero atraves da fé no trabalho que iniciamos que o Deus da vida nos guiará! claro que vai ser preciso estudo, dedicaçao e trabalho. Deus atua no nosso esforço e na vontade de construção do reino.
Uma das meninas disse que há jovens que usam drogas para que os pais se importem mais com eles, mas que mesmo assim, com um amigo seu não deu certo....
assim eu via em cada frase e expressao que faziam, como eu realmente não conhecia a minha comunidade...
sei que não se sentiram muito bem na reunião, tivemos que fazer com pressa atropelando o que tinhamos planejado, quando falamos sobre o funk atraves da musica e como somos discriminados quando o expressamos, a conversa começou a caminhar...somos convidados a fazer o exercicio de nos colocar no lugar desses jovens com quem começamos a trabalhar...é um grande desafio, mas nos identificamos apesar das diferenças, espero de todo coração que o grupo se fortaleça e que traga frutos a essa luta que nos propomos.

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